quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Na Natureza Selvagem





"E também sei como é importante na vida não necessariamente ser forte
mas sentir-se forte
Confrontar-se ao menos uma vez
Achar-se ao menos uma vez na mais antiga condição humana
Enfrentar a pedra surda e cega a sós sem outra ajuda além das próprias mãos e cabeça"

Into the wild

O filme "Na natureza selvagem" mexeu muito comigo. Não ia escrever sobre ele porque as facetas são tantas que me sinto inapto em repertório, principalmente filosófico. Me resta ousar escrever com material volátil que são minhas sensações e mais refinado que são minhas vivências.

Eu entendo a sombra do personagem Chris. Entendo a rebeldia, entendo a raiva, entendo a dor que ele carrega e os extremos a que ele se propõe. Por entender e me conectar com elas, foi possível seguir além de fascinação e empolgação adolescentes. Por ter vivenciado algumas boas vezes a importância da ousadia e da coragem, entendo cada lágrima da primeira vez que ele viu animais no Alasca ou quando cravou em madeira sua história.
Quando falta alguma coisa dentro da gente parece que na mesma medida somos preenchidos por aquilo. Como o cactos mesmo, viver no seco cheio de água dentro, vez por outra na noite solitária gerar lindas e fugazes flores e finalmente chorar quando mata a sede de alguém. Sim, chega o derradeiro momento em que temos que matar a sede de alguém senão nada faz absoluto sentido. Para isso, muitos momentos de confronto "seco" podem ser necessários.
Acima de tudo quero crer que o que nos salva sempre é um bom coração. E minha esperança é que o temos sempre a disposição seja qual for a sombra que nos acompanhe.
Muitas vezes precisamos chegar ao extremo para perceber coisas importantes, outras percebemos observando os erros alheios, lendo um livro, assistindo um filme, mas hoje penso que os aprendizados mais significativos são fruto de vivência intensa e que isso nos leva a uma maior e elevada consciência. Com o coração puro, alma livre e olhar novo, experimentar o que chama a alma seja lama ou lótus.

Talvez isso que desconcerte e fascine no filme: esse cara experimentou! Esse cara incomoda a partir disso. Como incomoda o mestre tão leve, tão centrado, tão compassivo. Sua lógica de paz incomoda, a lógica anárquica de Chris incomoda tanto quanto. Porque no fundo queremos muito mais que apenas aventuras para contar, coisas para mostrar, identidades que nos dêem um alto grau de aceitação.
Somos ousados por natureza, uma ousadia tão grandiosa que não nos aquietamos até sentirmos que fomos além de nós mesmos.

Por último, falo sobre a Natureza, impossível subestimar sua beleza e força. Os orientais têm essa sabedoria muito mais integrada que nós e quem já se atirou de alguma forma ao contato profundo com ela pode compreender do que falo. A Natureza é um mestre muito simples e muito poderoso, destrói qualquer ilusão de superioridade que se possa ter. Sábios são os que se submetem com humildade, que respeitam e reverenciam sua força. Tolos os que pensam que têm todo controle dentro de uma floresta, um oceano ou céu. Estar de espírito aberto, presente e conectado com alguma forma de Natureza é um êxtase sem palavras. Olhar no olho de um animal selvagem, uma experiência muito emocionante. Como se fosse um espelho reluzente que nos refletisse por dentro, do avesso.

Por acreditar que o espírito humano seja algo tão imenso quanto incompreensível esse filme mexeu comigo. Isso é muito precioso, talvez seja essa a mesma razão que nos faça negar, temer e nos fascine tanto...





"Há um tal prazer nos bosques inexplorados,
Há uma tal beleza na solitária praia,
Há uma sociedade que ninguém invade
Perto do mar profundo e da música do seu bramir
Não que ame menos o homem
Mas amo mais a Natureza"

Lord Byron




P.S: Dedico aos espaços vazios dentro de cada um

sábado, 10 de outubro de 2009

Quem você quer ser?




No mundo em que vivemos existem três tipos de pessoas: Primeiro os comparáveis a um papagaio, segundo os comparáveis a urubus e terceiro os que são comparáveis a águia.
Papagaio: São aqueles que recebem tudo na boca, vivem de papo no ombro dos seus senhores, juram que mudaram de vida e não mudam porra nenhuma. Urubus: Aqueles que vivem das sobras. Passam a vida cercando tudo que é podre e morrem contentes com isso. Nesses dois grupos estão a maioria da humanidade. O terceiro grupo, o da minoria, é o da águia. A águia costuma voar muito alto. Diferente do urubu que se contenta com a carniça e a carcaça alheia, ela que escolhe o que vai comer. Ao avistar uma tempestade, ela se mantém acima da mesma, tornando-se assim imune. Até mesmo para morrer ela procura o lugar mais alto. Agora perguntem-se: O que EU quero? Viver só de papo, como um papagaio, viver de sobras como um urubu, ou ter uma existência majestosa quinem a da águia, para por fim terminar a existência da maneira mas gloriosa possível? Eu opto pela da águia, e vocês?