quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Os Filhos de Hunab K´ u
sábado, 25 de outubro de 2008
A Dança das Espirais
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
No meio do Caminho (Tradução ao Tupi)
domingo, 19 de outubro de 2008
Sobre a Independência Lakota e o direito indígena
*Uma mensagem pra os Sr(s) arduos defensores da nossa fronteira setentrional e para aqueles que considerarão impatriotico o voto do Ministro Relator do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto na ONU.
Reclamações internacionais de direitos humanos ajudam a fortalecer a políticas de direitos humanos e os mecanismos de proteção aos cidadãos, ao revés de constituir intromissão estrangeira, seja ela da Russia, da Venezuela, da China ou do raio que o parta!!!
Pra esses Sr(s), gostaria de lembrar que nossa Constituição Federal de 1988 e anterior a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas da ONU ( do qual o Brasil é parte por livre escolha) e já reconhece os direitos dos nossos índios. A Declaração, a Constituição e o voto do Ministro Relator concordam entre si. Quando comunidades indígenas, por meio de suas organizações ou organizações de direitos humanos acessam o sistema internacional de direitos humanos, dentro dos requisitos de processo de direito nacional e internacional, para fazer valer seus direitos fundamentais (inclusive reconhecidos pela Carta Magna), elas estão contribuindo para que o país se auto-examine e reconheça seus limites para, daí então, poder avançar.
domingo, 12 de outubro de 2008
Cipó das Almas
Caros amigos;
- Legalidade da Ayahuasca e da doutrina do Santo Daime
sábado, 11 de outubro de 2008
Conto Xamânico Peruano
Caros amigos;
Como estão?
Bom, hojé usarei um antigo conto peruano para expor uma das coisa que mais me indigna no campo das pessoas que buscam espiritualizar-se e a elite esotérico-carnavalesca-espiritualista. Ficam por aí discutindo o sexo dos anjos, comunicando-se com ETs, criticando os que comem carne, andam por ai enrrolados em "cortinas coloridas" oferecendo livrinhos de auto-ajuda com "teorias consoladoras" de mundo que pouco funcionam na realidade...
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Trechos de cartas enviadas à Espanha por Hernan Cortez nas quais ele narra como aniquilou a civilização asteca entre 1519 e 1526
Carissimos;
Estou meio sumido (meio não, inteiro!!!), andei um tempo sem atualizar este blog devido a trabalho, estudo, viagens e a tão temida preguiça mesmo!!!
Mas depois de todo esse tempo que fiquei hibernando, estou retornando a todo vapor e com a mesma proposta de antes...
Pra reiniciar irei postar alguns trechos das cartas enviadas à Coroa Espanhola por Hernán Cortés, um colonizador espanhol nas Américas durante a época da conquista e colonização desta região. Espanhol nascido provavelmente em 1485 em Medellín, atual província de Badajoz, foi mandado pela coroa espanhola ao Caribe para exercer trabalhos administrativos, de onde foi convocado a participar, junto ao conquistador Diego Velázquez, da conquista da ilha de Cuba em 1511, oportunidade em que obteve sua primeira experiência militar. Depois de um grande esforço político, conseguiu a patente de capitão junto a Velázquez e, em outubro de 1518, tornou-se dirigente em uma expedição à Yucatán, região em que hoje está o México. A princípio, sua função era travar acordos comerciais com os indígenas da região, porém Cortés rompeu com Velásquez e fundou uma vila independente, a qual respondia diretamente à coroa. É neste contexto que ele principia suas cartas ao rei da Espanha, Carlos V, as quais terão aqui alguns trechos publicadas.
Segunda carta
Enviada à sua sacra majestade do imperador nosso pelo capitão geral da Nova Espanha, chamado dom Hernan Cortez.
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Antes que os nativos pudessem se juntar, queimei seis povoados e prendi e levei para o acampamento quatrocentas pessoas, entre homens e mulheres, sem que me fizessem qualquer dano. (Pag. 33)
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Antes do amanhecer do dia seguinte tornei a sair com cavalos, peões e índios e queimei dez povoados, onde havia mais de três mil casas. Como trazíamos a bandeira da cruz e lutávamos por nossa fé e por serviços de vossa sacra majestade, em sua real ventura nos deu Deus tanta vitória, posto que matamos muita gente sem que nenhum dos nossos sofresse dano. (Pag. 33).
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No outro dia vieram cerca de cinquenta índios que traziam comida e começaram a olhar as saídas de nosso acampamento, bem como as cabanas onde dormíamos. Os de Cempoal vieram até mim e alertaram-me para olhar aqueles homens que eram maus e vinham espionar. Dissimuladamente prendi um deles sem que os outros vissem. [ ...] Depois tomei mais outros cinco ou seis e todos confessaram a mesma coisa. Em vista disso, mandei prender todos os cinquenta e cortar-lhes as mãos e os enviei a seu senhor para que dissessem a ele que quando ele viesse saberia quem éramos. (pag. 33, 34).
...saí uma noite, depois de rendida a guarda da prima, com os peões, índios e cavalos, e antes que amanhecesse dei com dois povoados onde matei muita gente, (pag. 34).
Terceira carta
Enviada por Hernan Cortez, capitão e justiça maior de Yucatán, chamada a Nova Espanha do Mar Oceano, ao mui alto e potentíssimo César e invictíssimo senhor dom Carlos, imperador sempre augusto e rei da Espanha, nosso senhor.
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...continuamos a fazer nossos constantes ataques à cidade, sempre provocando muito dano e matando muita gente. Há uns vinte dias que vínhamos fazendo fazendo esse tipo de ação, quando os nossos começaram a insistir comigo, dizendo que era preciso tomar o mercado. Eu me escusava argumentando que só o faria quando tivesse plenas condições. Até o tesoureiro de vossa majestade veio me dizer que todo o real queria que eu tomasse logo o mercado, pois assim os inimigos perderiam o seu posto de abastecimento e morreriam de fome e de sede, pois só lhes sobraria a água salgada da lagoa. (Pag. 89)
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...Como sempre que batíamos em retirada ao final do dia os índios atrás dos nossos cavalos em grande alarido, resolvi preparar-lhes uma cilada. [...] Depois que os nossos passaram por ali no retorno do fim da tarde, os de cavalo caíram sobre os inimigos que vinham logo atrás fazendo seu constante alarido. Foi uma cilada muito bem feita e conseguimos matar uns quinhentos dos índios mais bravos e mais corajosos. [...] graças a esta vitória que Deus Nosso Senhor nos concedeu neste dia, se tornou mais próximo o momento de se ganhar toda a cidade, porque os nativos sofreram um grande abalo [...] A única perda lamentável que tivemos naquele dia foi uma égua cujo cavaleiro caiu, e que saiu em corrida sem rumo, indo parar no meio dos nossos inimigos que a flecharam... (Pag. 93)
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Permanecemos no real uns três dias ou quatro dias descansando, enquanto se fundia o ouro recolhido, o que deu mais de cento e trinta mil castelhanos, do que se entregou o quinto ao tesoureiro de vossa majestade, enquanto que o restante foi repartido entre eu os espanhóis, de acordo com a qualificação e o serviço de cada um. Entre os despojos havia tantos discos de ouro, penachos e plumagens, coisas tão maravilhosas que por escrito não se pode fazer compreender sua beleza. Por serem tão maravilhosos, juntei todos os soldados e roguei que não fossem quintadas, mas enviadas todas a vossa majestade. (Pag. 98)
Quarta carta
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Mas, a 5 de fevereiro o dito capitão partiu novamente para lá e espero que desta feita ele possa realizar o seu trabalho, pois além de ser aquela uma terra rica em minas os seus nativos não param de importunar os seus vizinhos que se tornaram nossos amigos. [...] pedi ao capitão que os derrotasse, os matasse e tomasse por escravos os que sobrassem vivos, ferrando-os com a marca de vossa majestade. Tenha por certo, mui excelentíssimo príncipe, que a menor destas entradas me custa mais de cinco mil pesos de ouro e que as Pedro de Alvarado e de Cristóbal de Olid custam mais de cinquenta, sem contar outros gastos de minha fazenda. Porém, como é para o serviço de vossa majestade, se a minha pessoa fosse junto, isto seria uma grande honra e recompensa. (Pag. 113)